terça-feira, 8 de maio de 2012

CENA DE TERROR



A minha filha conta que um amigo seu, morando próximo a linha do trem e a avenida central de um bairro periférico daqui de Natal, assistiu diante da porta da sua casa, juntamente com a sua mãe, a um acidente terrível.

 Segundo ela, o rapaz narrou que certa manhã, saindo para o trabalho, no momento em que abriu a porta de casa e foi para a calçada com a sua mãe, viu um caminhão frear bruscamente antes da linha do trem e, um carro, que vinha logo atrás, entrar violentamente na traseira desse.

Ainda, de acordo com a narrativa do rapaz, a cena até hoje, passado algum tempo, ainda causa reações traumáticas em sua mãe.  O choque entre os carros foi tão grande que decapitou, imediatamente, o motorista e a passageira que estava ao seu lado.

Imaginando a cena, avalio, realmente, tais devam ser a perplexidade e o choque com o qual se recebe uma visão tão terrível dessas.

Uma reflexão inusitada me vem a mente enquanto ouço a narrativa desse episódio que parece ter sido retirado de um filme de terror.

Pensei na semelhança entre essa cena e aquelas de filmes de ficção científica, quando a cabeça de algum robô que se passava por ser humano é arrancada e os fios, a maquinaria e as faíscas que saem do corpo revelam a constatação excepcional de que ele não era aquilo que enxergavam nele.

Naquele instante do acidente, conjecturo, - Pessoas normais que viajavam e possivelmente conversavam de forma natural entre si, foram violentamente reveladas quem eram por dentro.

Umas máquinas humanas que pararam ali de funcionar.

A ideia de que somos todos, sem exceção, máquinas idênticas, constituídas de esqueletos, carnes, vísceras e outros órgãos, revestidas em peles que nos distinguem uma das outras, me fez pensar quão besta nós somos quando lançamos nossos valores apenas a esse revestimento.

Quantas pessoas, pela sua aparência, simplesmente, julga-se superior as demais.

Quanta soberba há em ignorar que por dentro somos: Todos, máquinas iguais.

(Ivana Lucena, do Blog Do que eu gosto)

Um comentário:

  1. Que coisa terrivel essa sena, verdadeiramente quem presenciou jamais se esquecerá
    Voce tem rasão em comparar que somos maquinas iguais e não somos nada diante de uma fatalidade dessa natureza. muito importante esta postagem para se refletir e saber que somos todos iguais.
    Te amo querida .

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