domingo, 20 de dezembro de 2015

MEU TERROR


A passos lentos caminha o dia para os braços escuridão noturna.
Não há luz suficiente que substitua o rei do firmamento.
Os fantasmas aguardam escondidos embaixo da cama para se revelarem nas sombras projetadas nas paredes e planejam as suas zombarias na constante ameaça de me puxar pelas pernas.
Todos os viventes dormem nesta casa. Menos eu. 
Em vão tento proteger-me sob o lençol. O mormaço se expande e banha-me de suor, vencendo-me.
Não tenho coragem para abrir os olhos e, mesmo com eles fechados, sou capaz de perceber os mil olhos que me espreitam.
A noite é como um castigo. De certo por algo que não me recordo haver feito, mas com certeza fiz. Talvez em outras vidas.
Nesse purgatório não há socorro. Não há santos, nem santas nem anjo, nem Deus... 
Somente a escuridão, o calor, o medo e eu.

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