domingo, 25 de janeiro de 2015

A NOSSA POESIA




Não gosto da sua poesia
Essa pura, ingênua
Declarada
Certa

Prefiro a outra
Velada
Impura
Safada
Encoberta

Gosto da língua solta
Na sua boca
Soltando palavras sem rimas
Sem métricas

Cheias de má intenção
Maldosa
Maliciosa
Explodindo-me de excitação

Gosto de brincar contigo
De provocar sensações
De te deixar assim
Suado
Tarado
De te viciar em mim

Não te gosto poeta
Prefiro o homem
Assim
Que surge nas noites
E que nas sombras
Revela-se enfim

Que me conduz pelo ar
Sem chão
Sem teto
Deita-me na imaginação
Gemendo de tanto gozar

E seguimos noite a dentro
Unidos em pensamento
Ungidos em devaneios
Toco-me as entranhas
Imaginando-te lamber-me os seios

E adormeço molhada
Eu fogo
Tu brasa
Fatigados
Saciados

Tu lobo faminto
De membro intumescido
Eu ovelha gulosa
 Vadia
Inescrupulosa
Assim é a nossa poesia


(Fonte da imagem: http://www.paraiba.com.br/static/images/noticias/normal/1345483506185-seios.jpg )

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