Não gosto da sua poesia
Essa pura, ingênua
Declarada
Certa
Prefiro a outra
Velada
Impura
Safada
Encoberta
Gosto da língua solta
Na sua boca
Soltando palavras sem rimas
Sem métricas
Cheias de má intenção
Maldosa
Maliciosa
Explodindo-me de excitação
Gosto de brincar contigo
De provocar sensações
De te deixar assim
Suado
Tarado
De te viciar em mim
Não te gosto poeta
Prefiro o homem
Assim
Que surge nas noites
E que nas sombras
Revela-se enfim
Que me conduz pelo ar
Sem chão
Sem teto
Deita-me na imaginação
Gemendo de tanto gozar
E seguimos noite a dentro
Unidos em pensamento
Ungidos em devaneios
Toco-me as entranhas
Imaginando-te lamber-me os seios
E adormeço molhada
Eu fogo
Tu brasa
Fatigados
Saciados
Tu lobo faminto
De membro intumescido
Eu ovelha gulosa
Vadia
Inescrupulosa
Assim é a nossa poesia
(Fonte da imagem: http://www.paraiba.com.br/static/images/noticias/normal/1345483506185-seios.jpg )
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