A minha filha conta que um amigo seu, morando próximo a linha do
trem e a avenida central de um bairro periférico daqui de Natal, assistiu
diante da porta da sua casa, juntamente com a sua mãe, a um acidente terrível.
Segundo ela, o rapaz narrou
que certa manhã, saindo para o trabalho, no momento em que abriu a porta de
casa e foi para a calçada com a sua mãe, viu um caminhão frear bruscamente
antes da linha do trem e, um carro, que vinha logo atrás, entrar violentamente
na traseira desse.
Ainda, de acordo com a narrativa do rapaz, a cena até hoje, passado
algum tempo, ainda causa reações traumáticas em sua mãe. O choque entre os carros foi tão grande que decapitou,
imediatamente, o motorista e a passageira que estava ao seu lado.
Imaginando a cena, avalio, realmente, tais devam ser a perplexidade
e o choque com o qual se recebe uma visão tão terrível dessas.
Uma reflexão inusitada me vem a mente enquanto ouço a narrativa
desse episódio que parece ter sido retirado de um filme de terror.
Pensei na semelhança entre essa cena e aquelas de filmes de ficção
científica, quando a cabeça de algum robô que se passava por ser humano é
arrancada e os fios, a maquinaria e as faíscas que saem do corpo revelam a
constatação excepcional de que ele não era aquilo que enxergavam nele.
Naquele instante do acidente, conjecturo, - Pessoas normais que
viajavam e possivelmente conversavam de forma natural entre si, foram
violentamente reveladas quem eram por dentro.
Umas máquinas humanas que pararam ali de funcionar.
A ideia de que somos todos, sem exceção,
máquinas idênticas, constituídas de esqueletos, carnes, vísceras e outros órgãos,
revestidas em peles que nos distinguem uma das outras, me fez pensar quão besta
nós somos quando lançamos nossos valores apenas a esse revestimento.
Quantas pessoas, pela sua aparência,
simplesmente, julga-se superior as demais.
Quanta soberba há em ignorar que por
dentro somos: Todos, máquinas iguais.
(Ivana Lucena, do Blog Do que eu gosto)
Que coisa terrivel essa sena, verdadeiramente quem presenciou jamais se esquecerá
ResponderExcluirVoce tem rasão em comparar que somos maquinas iguais e não somos nada diante de uma fatalidade dessa natureza. muito importante esta postagem para se refletir e saber que somos todos iguais.
Te amo querida .